mutirão ensilamentoNa próxima quinta e sexta-feira, dias 13 e 14 de junho de 2013, o Polo da Borborema, em parceria com a ONG AS-PTA Agricultura Familiar e Agroecologia, vai realizar o “Seminário da Criação Animal: estratégias e formas de estocagem para a convivência com a estiagem”, no Centro Marista de Eventos, em Lagoa Seca, Paraíba. O evento vai contar com a participação de mais de 80 agricultoras e agricultores criadores de animais dos 14 municípios que fazem parte do Polo da Borborema e está sendo organizado pela Comissão de Criação Animal do Polo.

De acordo com Felipe Teodoro, assessor técnico da AS-PTA, que acompanha o trabalho da comissão, o objetivo do seminário é identificar, avaliar as estratégias de convivência que permitiram com que as famílias criadoras atravessassem o último período de estiagem e planejar essas e novas estratégias de produção e armazenamento de forragem para o próximo período.

Cochonilha do Carmim – Outro tema que será abordado durante o seminário será o da Cochonilha do Carmin, considerada a principal praga dos plantios de palma forrageira. A cochonilha já se espalhou por vários estados: além de Pernambuco, já atingiu Ceará, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Norte. Na Paraíba, a cochonilha já está no Sertão, Cariri e no Agreste. Segundo a Empresa Estadual de Pesquisa Agropecuária (Emepa), só na Paraíba a praga já devastou aproximadamente 100 mil hectares de palma, causando um prejuízo de 500 milhões de reais. Na região do Polo da Borborema, os agricultores de Queimadas e de Montadas já registraram a presença da cochonilha.

Depois de atacadas, as raquetes começam a apresentar manchas e murchar. Logo em seguida, a planta perde vigor a ponto de morrer. As manchas brancas são na verdade colônias do inseto, que ao serem pressionadas, liberam um líquido vermelho (daí o seu nome, Carmim), usado largamente como corante pelas indústrias. Vale lembrar que a espécie do inseto que chegou ao Brasil, além de muito agressiva à planta, produz um corante de péssima qualidade.

palma atacada“A palma é para muitos a principal oferta de forragem nos períodos de escassez de alimento. Além do mais, este assunto (a cochonilha) é desconhecido dos agricultores da região, pois a praga ainda não havia chegado à Borborema, por isso a necessidade de disseminar informações a respeito”, afirma Felipe Teodoro. O professor do Centro de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) do Campus de Areia e pesquisador do Instituto Nacional do Semiárido (INSA), Daniel Duarte, fará uma exposição sobre a praga, suas conseqüências e formas de prevenção e controle. Na ocasião também será distribuído material explicativo sobre o assunto.

A preocupação dos agricultores da região é também com o uso de agrotóxicos que passa a ser disseminado, no momento em que a cochonilha chega às propriedades. “Recentemente a imprensa noticiou agricultores do Cariri Paraibano que perderam seus rebanhos devido à intoxicação causada pelo uso de agrotóxicos usados para combater a cochonilha”, informa o assessor técnico da AS-PTA.

A programação de dois dias vai contar ainda com a participação do pesquisador e professor Francisco Nogueira, do Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba (IFPB) Campus Sousa, que realizou pesquisas sobre Sanidade Animal na região da Borborema e vai socializar os resultados com os agricultores durante o evento.

O “Seminário da Criação Animal: estratégias e formas de estocagem para a convivência com a estiagem” tem o apoio do Projeto Terra Forte, desenvolvido pela AS-PTA e pelo Polo da Borborema, em parceria com o PATAC e o Agrônomos e Veterinários Sem Fronteiras (AVSF) e o co-financiamento da União Europeia.

 

Programação

13 de junho – quinta-feira

8h30 – Café da manhã

9h – Abertura do evento

9h20 – Apresentação Panorama da seca na região Nordeste

9h50 – Debate em grupos sobre a realidade do Polo da Borborema

12h30 – Almoço

13h30 – Apresentação do debate de cada grupo

14h30 – Debate sobre as apresentações

16h – Apresentação de pesquisas sobre Sanidade Animal na região da Borborema (Francisco Nogueira, professor e pesquisador IFPB Campus Sousa)

 

14 de junho – sexta-feira

8h30 – Café da manhã

9h – Abertura

9h20 – Discussão sobre o papel das cactáceas para amenizar os efeitos da seca

10h30 – Exposição sobre a praga da cochonilha do carmin suas conseqüências, formas de prevenção e controle (Professor Daniel Duarte, UFPB, INSA)

11h – Debate e encaminhamentos

13h – Encerramento e almoço